Vereador é indiciado por mandar matar radialista na porta de casa em Edealina
COM INFORMAÇÕES DO G1 GOIÁS:
O vereador José Eduardo Alves da Silva (PR), preso suspeito de mandar matar o radialista Jefferson Pureza Lopes, de 39 anos, foi indiciado como mandante do crime, em Edealina, no sul de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, ele pagou R$ 5 mil a dois adolescentes de 17 anos para matarem Pureza. Um terceiro menor e dois homens, suspeitos de intermediar o crime, também vão responder pelo homicídio.
O delegado Queops Lourdes Barreto Silva, responsável pelas investigações, disse ao G1 que o político era desafeto do radialista, por conta de críticas feitas durante os programas de rádio. O estopim, segundo o investigador, foi quando José Eduardo descobriu que Pureza estava se relacionando com a ex-mulher dele.
“Ele planejou matar o radialista, no início do ano passado, mas isso não se concretizou na época. O vereador inclusive orquestrou a morte da própria mulher, mas também não efetivou. A partir do momento que descobriu o relacionamento foi até dois maiores e um menor, que o levaram até os dois adolescentes que foram pagos para executar o homicídio”, contou.
Jefferson Pureza Lopes foi encontrado morto na casa em que morava no dia 18 de janeiro deste ano, com três tiros no rosto. O radialista era conhecido por conduzir programa de rádio polêmico na cidade.
O vereador foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e mediante pagamento. Já os dois adolescentes apreendidos suspeitos de serem os executores, bem como o menor que intermediou a negociação do crime, vão responder por ato infracional análogo a homicídio.
O lavrador Marcelo Rodrigues dos Santos, de 39 anos, que levou o vereador até os executores, bem como o comerciante Leandro Cintra da Silva, dono do lava à jato onde a negociação com os adolescentes ocorreu, vão responder por homicídio e também por corrupção de menores.
Segundo o delegado, o vereador continua negando que tenha sido o mandante do assassinato. “Apesar dele continuar negando, nós já temos elementos suficientes, provas materiais e testemunhas que o incriminam como grande responsável pela morte do radialista”, explicou.
Todos os envolvidos continuavam presos e apreendidos até as 12h40 desta segunda-feira (9). De acordo com o investigador, a prisão de Leandro foi revogada no âmbito da operação, mas ele continua na cadeia por tráfico de drogas pois, no momento em que foi preso, estava com quantia de maconha.
Conforme disse o delegado, uma pistola foi apreendida na casa do pai do vereador. “O pai disse que pegou a arma na casa do filho logo após a separação dele, para evitar que uma tragédia se repetisse, já que ele tinha consciência da violência sofrida pela ex-mulher do filho”, contou.
Prisões
O vereador José Eduardo Alves da Silva (PR) foi preso no dia 9 de fevereiro, suspeito de mandar matar o radialista. Além dele, foi capturado Marcelo Rodrigues Santos, amigo do vereador e suspeito de intermediar o contato entre os executores e o mandante. No mesmo dia o dono de um lava a jato da cidade e o um adolescente de 17 anos também foram detidos.
Dois dos adolescentes foram apreendidos no dia 1º de março deste ano. Ainda de acordo com a Polícia Civil, um dos menores é o responsável pelos tiros e recebeu, pelo crime, R$ 5 mil e a arma usada no assassinato. O outro teria pilotado a moto usada na ação.
Ameaças
Amigo do radialista, o agropecuarista Márcio Carlos de Souza, 36 anos, disse que a vítima era ameaçado de morte por ligações anônimas.
“Ele recebia ligações anônimas de pessoas dizendo que se ele gostasse da família e dos filhos para ele parar com denúncias, se não ele morreria. Falavam para não deixar o carro aberto, que iam colocar droga lá dentro para incriminar ele”, disse ao G1. O delegado não confirmou a relação das ligações com o crime.