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Justiça determina prisão de 13 policiais envolvidos em operação que matou trabalhadores rurais em Pau D’Arco, no PA

Leia na íntegra: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/justica-determina-prisao-de-13-policiais-envolvidos-em-operacao-que-matou-trabalhadores-rurais-em-pau-darco.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1

 

A Justiça do Estado do Pará acolheu o pedido de prisão temporária feito pelo Ministério Público contra 11 policiais militares e 2 civis, pela participação na morte de 10 trabalhadores rurais que ocupavam a fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, sudeste do estado.
Os promotores de Justiça de Redenção Alfredo Martins de Amorim, José Alberto Grisi Dantas e Leonardo Jorge Lima Caldas assinam o pedido de prisão temporária de:
– Advone da Silva;
– Carlos Gonçalves de Souza;
– Cristiano da Silva;
– Douglas da Silva Luz;
– Euclides Lima Júnior;
– Jonatas Pereira e Silva;
– Neuily Sousa da Silva;
– Orlando Cunha;
– Welington Lira;
– Ricardo Moreira.
– Rodrigo de Souza;
– Rômulo Neves;
– Ronaldo Silva.
O G1 tenta contato com a defesa dos suspeitos e aguarda posicionamento da Secretaria de Segurança do Esatdo do Pará (Segup).
Policiais federais foram destacados para cumprir os mandados, mas todos os suspeitos se apresentaram: oito policiais militares se apresentaram em Redenção, e um policiais civil, e serão encaminhados para a capital. Os demais procuraram a PF em Belém.
Segundo o Ministério, em breve será oferecida à Justiça a denúncia sobre esse caso. De acordo com a lei a prisão é por 30 dias, por tratar-se de crime hediondo, podendo ser prorrogada por igual período.

 

O Crime 

A chacina de Pau D’Arco, como o crime ficou conhecido, aconteceu no dia 24 de maio, na fazenda Santa Lúcia. Um grupo de policiais civis e militares foi até a fazenda para dar cumprimento a mandados de prisão de suspeitos de envolvimento na morte de Marcos Batista Ramos Montenegro, um segurança da fazenda que foi assassinado no dia 30 de abril.

De acordo com a polícia, os assentados tinham um arsenal de armas de fogo e reagiram à presença dos policiais. Houve troca de tiros, que resultou nas mortes. Mas, familiares das vítimas e sobreviventes alegam que a ocupação da fazenda era pacífica, que os policiais chegaram de forma truculenta e atiraram sem provocação.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos da Alepa, no dia em que os posseiros foram mortos, policiais envolvidos na operação retiraram os corpos antes que perícia fosse realizada.

 

Perícia

A Polícia Federal realizou a reconstituição para levantar o que ocorreu na fazenda Santa Lúcia. Sessenta atores participam da reconstituição, considerada a maior reprodução de crime já realizada pelos policiais do Pará. Além dos atores, uma equipe de peritos criminais federais de Belém e Brasília, Policiais Civis e Militares e peritos criminais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves também acompanharam a reconstituição.

 

Sobreviventes disseram que os posseiros foram executados. Policiais que participaram da operação afirmaram que houve confronto.

A perícia feita nos corpos concluiu que nove posseiros foram baleados no peito e uma mulher atingida na cabeça com um tiro à queima-roupa. Ainda segundo os peritos, não havia marcas de bala nos coletes dos policiais.

Outra morte

Na sexta-feira (7), o agricultor Rosenilton Pereira de Almeida foi assassinado no município de Rio Maria, no sul do Pará. A Polícia Civil disse que investiga se o assassinato de Rosenilton tem ligação com as mortes dos dez posseiros na fazenda Santa Lucia.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, Rosenilton liderava um grupo de camponeses que voltou a ocupar a fazenda há quinze dias. Testemunhas disseram que dois homens em uma moto abordaram Rosenilton quando ele saía desta igreja. Ele foi assassinado com quatro tiros.

Direitos humanos

O Governo do Pará disse em nota que, a princípio, não foi vista nenhuma relação entre o assassinato de Rosenilton e as mortes ocorridas em Pau D’Arco, mas a conexão entre os crimes não está descartada, pois a vítima integrava o grupo que invadiu a fazenda Santa Lúcia.

Segundo uma nota pública divulgada no sábado (8) por entidades ligadas aos direitos humanos, Rosenilton havia deixado a Fazenda Santa Lúcia horas antes de ser assassinado, porque estava sendo ameaçado e perseguido na região.

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