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Enfrentemos a violência!

Por Pedro Alves de Oliveira*

Problema que causa grande aflição à sociedade, a escalada da violência chegou a estágio insuportável. Sem estatística precisa, arriscamos afirmar que esta é uma das principais, senão a principal mazela que os cidadãos enfrentam, seja nos grandes centros urbanos, nas cidades do interior e até na zona rural, ao lado da inquietação com as dificuldades relacionadas à saúde pública e ao transporte coletivo. A violência atinge a todos, indistintamente. É assunto de rodas sociais, no trabalho, na feira, no boteco, na escola.

Consciente de sua responsabilidade social, o setor produtivo insere o assunto em sua agenda, com o debate Segurança Pública, Direito à Vida e à Liberdade dos Cidadãos (terça-feira, na Casa da Indústria) por autoridades do setor, a fim de discutir causas e buscar meios de enfrentar o problema.

Não podemos nos acomodar, impotentes diante do quadro de insegurança, em que os cidadãos honestos vivem presos, literalmente, atrás de grades e cercas elétricas, ou mesmo em carros blindados, sob o risco de se expor à violência, enquanto criminosos circulam livremente. Não se trata de mero jogo de palavras. Essa é a verdade nua e crua.

O cardápio da criminalidade é diversificado e sua evolução, crescente, como mostram números da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Em junho, Goiânia registrou recorde de homicídios em sua história, com 77 mortes. Goiás ocupa incômodo 4º lugar no ranking nacional de homicídios, com crescimento acelerado da violência em período relativamente curto. Em 2011, estava em 9º lugar. Treze anos antes, em 1998, tinha uma taxa de 13,4 para cada grupo de 100 mil habitantes, na época a 18ª maior do Brasil.

Os números refletem o cotidiano das pessoas, atacadas com frequência nas ruas, em casa, nas empresas. O roubo de cargas causa prejuízos de bilhões de reais a indústrias e transportadoras, inclusive elevando custos dos seguros. Atividades informais, em grande parte ilegais, alimentam esse crime, o contrabando e a pirataria, com reflexo na imagem do Brasil no exterior. O tráfico de drogas e de armas, de forma descontrolada, puxa a escalada de violência, causando enormes sofrimentos para famílias inteiras, além de acarretar grandes custos ao sistema de saúde pública. Furtos e roubos de veículos são combustíveis do gigantesco esquema clandestino de comércio em ferros-velhos.

Nesse verdadeiro filme de terror, somos reféns da violência e da insegurança, incentivada pela impunidade e falta de condições para manutenção de bandidos nas prisões. A banalização encontra eco em afirmações de senso comum, de que a “polícia prende e a Justiça solta” ou de que “quando o preso é levado em flagrante para a cadeia já encontra lá seu advogado”.

Mudar isso é preciso!

*Pedro Alves de Oliveira, empresário, administrador e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)

Fonte: Jornal O Popular

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